Guilherme Poyares

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Responsabilidade Radical: um caminho de empoderamento e cura.

Você já ouviu falar em responsabilidade radical? Esse conceito, muitas vezes confundido com culpa, é, na verdade, um convite amoroso a assumir o protagonismo da própria vida. Em vez de ficarmos presos em narrativas de vitimização, a Responsabilidade Radical nos convida a olhar para nossas escolhas com honestidade e compaixão — mesmo diante de situações que não escolhemos.

O que é (e o que não é) responsabilidade radical?

Responsabilidade Radical não significa que somos culpados por tudo o que acontece conosco. Especialmente em casos de abuso ou trauma, é essencial afirmar com clareza: a vítima não tem culpa. O abusador é o único responsável por sua conduta.

Contudo, quando falamos em responsabilidade radical, estamos falando do que fazemos a partir do que aconteceu. Mesmo quando fomos feridos, enganados ou prejudicados, ainda temos poder sobre como vamos lidar com essas marcas, curar nossas feridas e seguir em frente.

Como costumo dizer: “A minha vida mudou quando eu parei de apontar o dedo para fora e comecei a perguntar: o que está ao meu alcance fazer com isso?”

Uma questão de linguagem: culpa x responsabilidade.

Em uma conversa com uma advogada, ela me trouxe uma distinção interessante do Direito:

“Usamos dolo para os atos intencionais. Já a culpa é para algo que a pessoa causou sem intenção — por imprudência, negligência ou imperícia. Tem um significado mais leve.”

Ainda assim, no campo do desenvolvimento humano e das práticas terapêuticas, a palavra “culpa” pode soar pesada, e inclusive ativar gatilhos em pessoas com histórico de trauma. Por isso, prefiro substituir “culpa” por responsabilidade. Isso muda tudo: deixa de ser sobre julgamento, e é sobre potência.

Vítima x Sobrevivente: mudando a lente.

Todos nós, em algum momento da vida, podemos ter sido vítimas de algo. E reconhecer isso é necessário. Porém, permanecer na mentalidade de vítima nos mantém presos à dor e à impotência.

mentalidade de sobrevivente, por outro lado, reconhece a dor, mas escolhe transcender. É a escolha de crescer com a ferida, não apesar dela. É dizer: “Isso aconteceu comigo, mas não me define. Escolho o que faço com isso agora.”

Essa transição é parte essencial da Responsabilidade Radical: sair do papel de vítima, sem negar, para ocupar um novo lugar de autonomia e força interna.

Como cultivar a Responsabilidade Radical no cotidiano?

Aqui vão algumas práticas simples e poderosas:

1. Observe suas reações.

Diante de um conflito ou emoção intensa, respire fundo e pergunte-se: “Estou reagindo automaticamente ou estou escolhendo minha resposta?”

2. Troque perguntas que enfraquecem por perguntas que empoderam.

  • Em vez de: “Por que isso acontece comigo?”
  • Pergunte: “O que eu posso aprender com isso?” ou “Qual ação está ao meu alcance agora?”

3. Reconheça a dor sem se identificar com ela.

Você pode acolher sua dor, sem deixar que ela defina quem você é. Isso exige coragem, mas abre espaço para a cura.

4. Pratique a autocompaixão.

Assumir responsabilidade não significa se culpar. Pelo contrário, significa se acolher e dizer: “Eu me comprometo com o meu bem.”

5. Aja a partir do seu poder de escolha.

A cada dia, pergunte a si: “Que pequena ação posso fazer hoje para viver com mais integridade, mais amor e mais verdade comigo mesmo?”

Conclusão.

Responsabilidade Radical é um ato de amor por si. É entender que, mesmo diante da injustiça ou da dor, há algo que ninguém pode tirar de você: o poder de decidir o que você vai fazer com isso.

É um chamado à maturidade emocional, à autenticidade e à liberdade. E, talvez mais do que tudo, é uma prática espiritual profunda de reconexão com o seu ser essencial.

Seja gentil com você. Assuma a sua responsabilidade — não para se punir, mas para se libertar.

Você merece viver como protagonista da sua própria história. ❤️

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